quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Ar doce de menina.

Surge com o pequeno menino às costas. Aparenta ter 20 e poucos anos, mas, Deus, será que sim (é muito fácil enganar-me nestas avaliações)?
Cedo percebeu que "a amiga branca" tinha potencial para ser cliente assídua. Então, várias vezes por semana, à hora de almoço, a campainha toca:
- Amiga, me vê umas frutas!, diz.
- O que tem?, pergunto.

A bacia vem pesada e carregada de fruta.  Um dia disse que a ajudava e, sem grandes alternativas, meio que hesitante, aceitou. Normalmente, a ajuda dos "manos" na descida da bacia que transporta à cabeça é recompensada por uma banana, rapidamente engolida. Quero acreditar que, no meu caso, o "prémio" será o desconto.
Amanhã é outro dia, outro soar de campainha, outro sorriso aberto, outras palavras de criança, outras palavras de agradecimento.
("Margarida" é o seu nome e, como já antes referi, é uma das muitas vendedoras ambulantes ("zungueiras")  que circula diariamente nas ruas de Luanda).

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