quarta-feira, 8 de julho de 2015

Um problema chamado cebola. Ou alho.

Uma ida ao supermercado pode ser um verdadeiro suplício. Sim: o inferno, não raras vezes. 
A nossa mente tem se preparar para ser levada pelo susto: ora é por causa dos preços que não param de subir, ora é porque as arcas estão descongeladas, ora é porque alguém resolveu incomodar-se por qualquer motivo e desatou a insultar o outro cliente na fila, ora é porque o produtos da arcas congeladoras estão descongelados e cheiram a podre (sim, conhecimento de causa falando!), ora é porque pegamos um produto que, à semelhança dos demais, já se encontra aberto, ora é porque as pessoas não têm a mínima noção de civismo e deixam as suas carnes congeladas junto às caixas de pagamento (escusado será dizer que a carne descongela até que seja novamente recolhida e vai novamente congelar!). Enfim, é certo que há locais onde chegamos ao cúmulo de encontrar estas situações todas ao mesmo tempo. Felizmente, também os há onde as coisas correm bem (não deveria correr sempre?): os funcionários estão constantemente a verificar se as frutas e os legumes estão em bom estado, se os há que não estejam, são retirados; os clientes são cumprimentados à chegada e à saída; há filas para clientes prioritários e estas são respeitadas; não há congelados (o que faz com que também não haja risco de encontrar produtos que foram congelados e depois descongelados); o cliente é ajudado a ensacar os seus produtos. Enfim, como em todo lado: nem tudo corre sempre bem, mas muitas vezes corre demasiado mal!
Ultimamente, porém, algo que tem causado imensa perturbação por estas bandas é o elevado preço da cebola e do alho, dois dos ingredientes mais presentes e indispensáveis na cozinha tradicional brasileira. É certo que, à semelhança do que acontece com a batata ou com o tomate, por exemplo, os preços dos produtos hortícolas oscilam muito de uma semana para a outra - numa semana estão a 6 reais, na seguinte podem estar a 4 ou a 3 ou encarecem na mesma proporção. Portanto: nada de estranho. Mas, o que tem acontecido com a cebola e o alho é algo que realmente tem perturbado: cebola que não varia muito dos 9 reais e alho, bem, esse, é melhor verem com os vossos olhos. Poderíamos justificar "apenas" com a questão da época da safra, mas suponho que estas questões terão um significado bem mais delicado que esse!
Preços desta semana (não foram os mais caros que vi: noutro local, os mesmos produtos a 9,99 e 19,90 reais, respetivamente).
(Crédito da foto: site do supermercado Pão-de-Açúcar).

Convém relembrar um detalhe muito importante: o salário mínimo é de cerca de 800 reais (bem menos de 300 euros!!!). Vale a pena dizer algo mais? Continuo a ser uma pessoa com fé na Humanidade, mas às vezes fica meio difícil!

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