terça-feira, 2 de junho de 2015

Feiras livres: cores e cheiros.

Ao contrário do que habitualmente via em Portugal, aqui no Rio de Janeiro as feiras semanais que se encontram espalhadas pelos bairros da cidade, não incluem a venda de roupa, sapatos e outros artigos não comestíveis. Aqui, encontramos desde legumes e ervas aromáticas, frutas, peixe, ovos, frangos, queijos, flores a biscoitos de feira. A par deste tipo de feiras, também há as feiras de artesanato, antiguidades, etc. No entanto, nestes casos, a regularidade não costuma ser semanal.
Porções de pimentas
(Crédito da foto: ANFS).
A estas feirinhas, com dias específicos para se realizarem em cada bairro, chamam-lhe "feiras livres". Para quem quer conhecer o dia e bairro em que acontece cada feira, basta aceder ao link.  Parece que não é clara a origem das feiras livres: uns dizem que surgiram em 500 a.c. no Médio Oriente, outros, na Idade Média, associdadas a festividades religiosas. No caso concreto das feiras existentes no Rio de Janeiro, estão maioritariamente associadas a origens Portuguesas e/ou trabalhadores oriundos do Nordeste do Brasil. Para que se tenha uma ideia mais precisa: actualmente existem cerca de 200 feiras livres no Rio, nas quais participam quase 6000 trabalhadores, que por sua vez movimentam cerca de 13 mil toneladas de produtos/mês.
Legumes vendidos em sacos:
nem sempre está o mesmo número de unidades em cada saco
(Crédito da foto: ANFS).
Salvo algumas exceções, normalmente os legumes, ervas aromáticas e frutas não são pesados em balanças. Estes são vendidos por lote, saco previamente composto por X unidades de produto ou tijela, em que cabem Y unidades (exemplo: venda dos pequenos frutos, como a jabuticaba). Não raramente também se vê a venda de "3 por 5", o que na realidade significa "três unidades de um produto, por 5 reais", por exemplo.
Eu, particularmente, gosto destas feiras: pelo cheiro, pela movimentação de pessoas, pelos pregões, pelas cores, pela observação das técnicas de venda e, sobretudo, pela oportunidade de trocar meia dúzia de palavras com os comerciantes. Como disse anteriormente, algumas destas feiras têm origem portuguesa, o que ainda é muito visível: vendedores com origens em Viseu são os que mais tenho encontrado. E, sim, alguns ainda conservam o "bigode" e um ligeiro sotaque português, apesar de décadas de convívio com Brasileiros.

Vão vendo a nossa página do facebook: mais tarde publicaremos mais fotos.

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