quinta-feira, 14 de maio de 2015

O fenómeno "caixinha".

 Há cerca de ano e meio, mais ou menos por altura do Natal, percorri as ruas do Saara em busca de algo de que já não me lembro. Para quem não sabe, o Saara foi formado em 1962 e é uma associação de comerciantes de uma das mais antigas e dinâmicas áreas comerciais do Rio de Janeiro; a sua popularidade é tal que passou a identificar todo o trecho do Centro do Rio e que inclui as ruas dos Andradas, Buenos Aires, Alfândega, Senhor dos Passos e Praça da República. Um dia desses falo do assunto "Saara" com mais detalhe.
Crédito da foto: Mercado Livre.

Mas, dizia eu, estava numa das lojas do Saara e oiço algo que, confesso, na altura, me pareceu um mini cântico de Natal. Bem, achei estranho, ainda mais porque eram as próprias funcionárias que, assim do nada, o proferiam. Mais estranho é que parecia tratar-se de um cântico relativamente rápido.

Bem, mas o tempo passou, esqueci o assunto e um dia, zás, lá voltei a encontrar cenário idêntico. Contudo, desta vez consegui perceber a totalidade do cântico: "obrrrrigaaaaadddddaaa". Oi? Mas obrigada por que razão? Então aqui vai: sempre que alguém colocava uma moeda ou uma nota dentro de uma caixinha próxima da zona de pagamentos (Caixa), a funcionária dizia alto: "caixiiiiinhaaaaa". Com isto, as(os) funcionários(as) que ouvissem, respondiam alto: "obrrrrigaaaaadddddaaa".

A "caixinha" pode apresentar-se de diferentes formas: mais formal e de material mais resistente (madeira ou plástico) ou mais arcaica (pequenas caixas de sapatos ou outras forradas de papel de embrulho).
À parte as cantorias e o fenómeno mais ou menos diferenciado, em Portugal também vemos esta caixinha de gorjetas. No caso do Brasil, as "caixinhas" podem não estar presentes todo o ano: no Saara, por exemplo, é comum ouvir falar da "caixinha de Natal" e da "caixinha de Carnaval", sendo até frequente que não se vislumbre o fenómeno "caixinha" durante outras alturas do ano. Em algumas lojas fora dali, no entanto, é frequente ver a "caixinha" a título permanente (exemplo de algumas lojas no bairro de Copacabana).

"Gorjeta" ou "caixinha", mas, afinal, quem não gosta de um dinheirinho extra?

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